Depois de liderar uma série de palestras especiais onde abordou hipertensão, insuficiência renal e afecções do sistema urinário na PET Rio Expo (realizada entre 25 e 27 de março no Centro de Exposições SulAmérica, no Rio de Janeiro(RJ)), o médico veterinário Marcio Bernstein teve uma conversa exclusiva com a equipe do CachorroGato, e falou sobre as suas principais impressões sobre o mercado pet brasileiro nos dias de hoje.

Ressaltando as melhorias que ocorreram no mundo da medicina veterinária ao longo da última década, Marcio Bernstein destacou as inovações que permitem a prolongação da vida de cães e gatos, oferecendo uma qualidade de vida melhor para os animais que sofrem com algum tipo de doença crônica, por exemplo.

“Ao longo dos últimos anos, os avanços na nefrologia e na hemodiálise para animais foram muito grandes, fazendo com que, hoje, os pets não precisem mais passar por esse tipo de tratamento por toda a sua vida para se manter bem. Exames de tomografia computadorizada e métodos de diagnóstico variados que nunca haviam sido direcionados para o segmento veterinário também começaram a aparecer – assim como a presença de laboratórios dentro de clínicas do setor – ajudando tanto na identificação de doenças como na agilidade do tratamento dessas complicações”, afirma o veterinário.

De acordo com ele, técnicas cirúrgicas que eram praticamente nulas há algum tempo também passaram a ganhar espaço na medicina veterinária para auxiliar no tratamento de doenças variadas e; hoje, já é possível realizar operações vasculares e que têm relação com a coluna dos animais – algo quase impossível uma década atrás.

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“Mesmo com todos estes avanços, ainda é preciso que haja uma evolução maior no que se refere à suporte de internação; já que, mesmo hoje, com o mercado pet e veterinário em alta, ainda podemos notar grandes deficiências nas UTIs que fazem o atendimento e o monitoramento de animais”, explica.

Enquanto a variedade de produtos dos mais diversos cresce – incluindo rações terapêuticas – aumenta, também, o acesso dos donos de pets à esse tipo de artigo, melhorando as condições de bem-estar e tratamento (preventivo ou não) dos animais. No entanto, de acordo com Bernstein, isso ainda não compensa o número de profissionais despreparados no País atualmente.

“O número de universidades que oferece cursos de medicina veterinária aumenta cada vez mais e, hoje, já soma cerca de 180 no Brasil. Com isso, estes cursos acabam se tornando fracos, em muitos casos, e isso faz com que o País tenha uma série de profissionais altamente despreparados no mercado – prejudicando, principalmente, os animais doentes e que precisam de um atendimento especializado”, comenta.

Também especializado no tratamento de animais com o uso de produtos holísticos, Marcio Bernstein explica que o uso desse tipo de auxílio deve ser feito seguindo alguns critérios especiais. “Tanto a acupuntura como a homeopatia para animais podem trazer uma série de benefícios para os animais com problemas de saúde; no entanto, nenhuma doença pode ser tratada, exclusivamente, com esse tipo de terapia – e o uso de medicamentos alopáticos ainda é fundamental para que um tratamento seja eficiente”, conclui o médico veterinário, ressaltando que o ideal é que todas estas ferramentas sejam combinadas no processo para a cura dos pets com algum tipo de complicação.

Imagens: Tiago de Paula Carvalho

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