Presente na 13ª edição da Pet South America (a principal feira do segmento pet realizada na América do Sul), a doutora veterinária Cristiane Toledo ministrou uma palestra especial para abordar o uso e os resultados da medicina chinesa em cães; mostrando como esse tipo de terapia pode ajudar a solucionar uma série de complicações da saúde canina e, ainda, aumentar a expectativa de vida destes animais.
Embora ainda haja quem não acredite muito nos benefício da medicina chinesa (seja no trabalho com cães e outros animais ou com seres humanos), a veterinária tem registrado melhoras em cachorros afetados por uma série de problemas graves e bastante comuns, que incluem até mesmo os casos neurológicos.
“Os problemas neurológicos em cães fazem parte de um grupo de complicações bastante difícil de resolver. No entanto, já pudemos observar melhoras consideráveis em cachorros com paralisias causadas por questões neurológicas em apenas uma semana de tratamento com a acupuntura, e isso prova como a medicina chinesa pode ser benéfica”, explica a doutora Cristiane Toledo.
De acordo com ela, a possibilidade de seqüelas nos casos neurológicos atendidos com as ferramentas chinesas continua existindo, e os resultados dos tratamentos realizados com esta medicina específica (assim como em qualquer outro tipo de tratamento) vão depender da idade do cão afetado e da extensão do problema – não havendo garantias de cura ou recuperação completa.
“A melhora costuma ser gradativa, principalmente em cães idosos; entretanto, em casos como os de AVC em cães (que costumam apresentar melhoras com o tempo, independentemente do tratamento realizado), já notamos que a acupuntura, o uso de fitoterápicos e a administração de dietas caseiras especiais podem acelerar o processo de recuperação de animais nessas condições”, comenta Cristiane.
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Tendo a acupuntura, os fitoterápicos, a fisioterapia, as dietas caseiras da tradição chinesa (e, em alguns casos, até mesmo o uso de florais) entre seus destaques, essa medicina vem sendo cada vez mais usada na veterinária para melhorar aspectos bastante distintos – podendo, ainda, ser uma boa opção para manter o conforto e o bem-estar de pets com doenças já sem chance de cura.
Além de auxiliar no tratamento de problemas neurológicos – incluindo ataques convulsivos, AVCs, giros ortotônicos e a paresia – as ferramentas da medicina tradicional chinesa também podem ser poderosas no tratamento de doenças inflamatórias das mais diversas gravidades, como a toxoplasmose, a cinomose, doenças auto-imunes e a MEG (meningoencefalite granulomatosa).
No entanto, segundo a especialista, o uso das ferramentas da medicina chinesa tradicional jamais deve substituir o uso de medicamentos alopáticos prescritos pela medicina veterinária para solucionar o problema; e o ideal é que ambas as técnicas e as medicinas sejam aproveitadas e combinadas, gerando os melhores e mais completos resultados possíveis. Embora haja casos em que a dose de remédios alopáticos possa ser diminuída em função do uso das técnicas chinesas, todo tipo de alteração deve ser indicado e supervisionado por um medico veterinário, evitando surpresas ou complicações.
Artroses também entram no grupo de problemas que podem ser bastante beneficiados pela medicina chinesa tradicional, e a veterinária ainda ressalta que, qualquer tipo de complicação que não comece a melhorar no tempo previsto merece uma investigação maior; podendo ter na acupuntura e nas técnicas chinesas uma boa alternativa para tentar solucionar o caso ou, pelo menos, acelerar a recuperação do animal.
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