As necessidades dos nossos pets não diferem muito das nossas e por isso a procura de profissionais veterinários especializados aumenta cada vez mais. Como cães e gatos também podem apresentar doenças que afetam as glândulas produtoras de hormônios (endócrinas), o endocrinologista veterinário é o especialista mais indicado a tratar destes problemas.
O endocrinologista veterinário é um médico capaz de tratar doenças hormonais que afetam cães e gatos, como o hipertireoidismo, hiperadrenocorticismo,hipotireoidismo e diabetes mellitus , além de obesidade. Ou seja, esse profissional não se ocupa apenas com problemas de ordem hormonal, como também problemas metabólicos. É importante lembrar que um animal acima de peso não é sinônimo de um pet saudável e geralmente ocorre uma redução da sua média de vida e problemas secundários decorrente da obesidade.
O trabalho do Endocrinologista Veterinário
Primeiro é importante saber que o Endocrinologista Veterinário é o Médico Veterinário que atua na área e possui pós-graduação ou especialização na área endócrina. Apesar do destaque crescente deste profissional, o Endocrinologista ainda não é reconhecido entre os títulos de especialista do CFMV (Conselho Federal de Medicina Veterinária).
Para fazer odiagnostico endocrinológico em um animal, o especialista dessa área vai utilizar uma série de técnicas: é necessário conhecer o histórico do pet, fazer um exame clínico minucioso, exames complementares, testes funcionais e dosagens hormonais. Hemograma, ultrassom abdominal ,testes bioquímicose exames de urina são amplamente usados no diagnóstico.
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Depois de obtidos os resultados, o endocrinologista decide qual a melhor abordagem. Como em outras especialidades, o normal é que o pet seja acompanhado por seu clínico e pelo endocrinologista durante o tratamento. A endocrinologia para cães e gatos também se preocupa com a prevenção, e não apenas com um diagnóstico e tratamento das doenças.
O maior destaque da área se deve não apenas a profissionais mais especializados, como também aos testes de diagnóstico mais precisos e cada vez mais presentes nas próprias clínicas veterinárias. O veterinário profissional em endocrinologia pode atender cães e gatos com qualquer problema em glândulas secretoras de hormônios – também conhecidas como glândulas endócrinas – sendo elas a tireóide, ovários, testículos, hipófise, adrenais e pâncreas. Ele também trata dos problemas relacionados ao metabolismo, ou seja, as modificações químicas que as substâncias sofrem no interior do organismo dos pets.
Doenças endócrinas e sintomas relacionados a elas
Animais que apresentam doenças hormonais podem dar uma série de sinais e sintomas de que estão doentes e entre eles estão: aumento na ingestão de água, alteração no apetite, perda ou ganho de peso repentino, infecções na pele ou ouvidos, desmaios, diarréia, vômitos, convulsões, aparecimento repentino de catarata, aumento do volume abdominal, excesso de sono ou letargia, entre outros.
A endocrinologia para cães e gatos é muito importante. Para ter uma dimensão do quanto essa especialidade se faz necessária aos pets a seguir uma lista de doenças metabólicas e endocrinológicas que podem acometer nossos companheiros de quatro patas:
- Diabetes Mellitus: Ocorre na deficiência parcial ou absoluta de insulina (produzida pelo pâncreas), levando ao aumento da concentração de açúcar no sangue. O cão ou gato apresenta aumento da sede e da frequência e do volume urinário; ocorre aumento do apetite com ou sem redução de peso. Aqui é importante ressaltar que gatos quando diagnosticados no inicio da doença podem ser curados e deixarem de ser diabéticos, não sendo o mesmo valido para cães, que geralmente necessitam de doses diárias de insulina.
- Hipertireoidismo em gatos: Os cães também podem apresentar, no entanto é mais comum em gatos idosos. O pet apresenta sintomas próximos aos da Diabetes mellitus com aumento de apetite e emagrecimento, aumento da sede e da frequência e volume urinário. No hipertireoidismo há aumento da produção dos hormônios da tireóide. Alguns gatos podem se mostrar agressivos quando apresentam hipertireoidismos, o que é resolvido com o tratamento. Os tratamentos atuais envolvem uso de medicamentos, cirurgia ou radioterapia.
- Hipotireoidismo: Há deficiência na produção dos hormônios tireoidianos, sendo basicamente o contrário do que ocorre no hipertireoidismo. O animal fica letárgico, ficando preguiçoso ou sonolento, ocorre apatia, ganho de peso, queda de pelos e infecção cutânea. O tratamento consiste em reposição hormonal.
- Hiperadrenocorticismo: Produção excessiva dos hormônios adrenais. É também conhecido como Síndrome de Cushing em cães (atinge gatos com menos frequência), sendo uma das endocrinopatias mais frequentes em cachorros idosos. A doença ocorre devido à presença de tumores (benignos) na hipófise ou na adrenal (benigno ou maligno) e o hormônio mais envolvido é o cortisol. Seu diagnostico envolve uma série de exames e testes funcionais. Entre os sintomas está: sede em excesso, maior frequência urinária,infecções cutâneas, abdômen distendido e fome excessiva.
- Hipoadrenocorticismo: Deficiência dos hormônios produzidos pelas adrenais.É mais frequentes em cães do que em gatos (apesar de ocorrer raramente em ambos) e conhecida como Doença de Addison. Seu diagnostico costuma ser complicado, uma vez que as manifestações clínicas são bastante inespecíficas e variáveis com o grau da doença. O hipoadrenocorticismo ocorre devido à destruição imunomediada do córtex da adrenal e seu tratamento consiste em reposição de glicocorticóides e mineralocorticóides.
- Obesidade em cães e gatos: A obesidade é a principal doença metabólica tratada pelo Endocrinologista Veterinário. Nesses casos, o cão ou gato apresenta maior ingestão de calorias do que o consumo das mesmas, causando alteração no balanço energético do animal, porém, algumas doenças endócrinas também podem ser responsáveis pela mesma. A obesidade reduz a qualidade e expectativa de vida dos pets, levandoo animal a apresentar problema de mobilidade, cansaço, alterações cutâneas, roncos, entre outros, levando também a um predisposição de desenvolver Diabetes mellitus.
- Hiperlipidemia: É o aumento do nível de colesterol e/ou triglicerídeos no sangue. O pet com esse problema pode apresentar dores abdominais, diarreia, vomito, problemas oculares e convulsões. As hiperlipidemias são menos comuns em animais de estimação, mas reconhecidas na medicina veterinária. Algumas raças de cães parecem apresentar predisposição, como é o caso da raça Schnauzer miniatura e do pastor de Shetland.
As endocrinopatias podem causar aumento na secreção de determinado hormônio ou então a deficiência hormonal. É fácil perceber que as doenças endócrinas em cães e gatos são basicamente as mesmas que atingem os seres humanos e também levam a redução da qualidade e expectativa de vidas, sendo importante o processo de preveni-las, tratá-las e acompanhá-las. Estas doenças estão muito relacionadas ao envelhecimento dos pets, exigindo maior atenção por parte do proprietário nesse período de vida dos animais de estimação – a indicação é atenção especial após os 6 anos de idade.
Lembre-se que essas não são as únicas endocrinopatias capazes de acometerem cães e gatos, elas são as mais frequentes, mas outras menos comuns também podem ocorrer. É o caso das dermatoses endócrinas, por exemplo, como a Alopecia X que podem ser mais comuns em determinados tipos de raças.
Obesidade em cães e gatos
A obesidade é uma doença que não preocupa apenas em humanos, mas também animais de estimação. É considerada a desordem nutricional mais comum nos cães e gatos atualmente, sendo muito relacionada à produção de novos alimentos de alta caloria e sabor agradável para os pets e ao estilo de vida sedentário que acabamos impondo aos nossos companheiros de quatro patas. A causa da obesidade em cães e gatos deve ser investigada e a perda de peso deve ser gradual.
Alguns fatores interferem no aparecimento da obesidade. Entre eles estão: aumento da idade, maior frequência em fêmeas do que em machos de mesma faixa etária e a castração. Neste último caso as chances do animal se tornar obeso é duas vezes maior do que de um pet não castrado, não tendo relação com o sexo do mesmo.
Para um tratamento ser bem sucedido e o pet de fato emagrecer, é necessário comprometimento por parte do proprietário, acompanhamento nutricional, atividades físicas e monitoramento hormonal e metabólico do paciente, sendo acompanhado pelo veterinário clínico geral e um especialista em endocrinologia e metabologia veterinária.
Efeitos físicos ocasionados pelo excesso de peso são frequentes nos pacientes veterinários, levando a uma predisposição a problemas locomotores e articulares com chances de desenvolver artrite e levar o cão ou gato a apresentar uma intolerância às atividades físicas. Atualmente, acredita-se que existe uma relação entre a obesidade e o desenvolvimento de osteoartrite coxofemoral em cães com predisposição a displasia.
É importante não apenas tratar, mas prevenir a obesidade nos pets, estando atento a sua necessidade nutricional de acordo com sua faixa etária e ofertando maior quantidade de exercícios físicos ou dieta balanceada para animais castrados.
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