5 Tipos de Displasia Coxo Femural em Cachorros | CachorroGato

5 Tipos de Displasia Coxo Femural em Cachorros

Mais comum em raças grandes, mas capaz de afetar todos os tipos de raça e porte de cães, a displasia coxo femural pode restringir bastante as atividades normais do seu pet

Tido como um problema relativamente comum, a displasia coxo femural é uma doença na maioria das vezes hereditária, mas que também pode ser adquirida. Por ser uma complicação genética, essa alteração nas conexões ósseas e articulares dos animais pode ocorrer em todos os tipos de raça e porte de cães, sendo mais comuns em cachorros grandes ou médios. A displasia nada mais é do que a má coaptação entre o acetábulo, que é estrutura que conecta a cabeça do fêmur com a pélvis dos cães, e a cabeça do fêmur.

Além da questão genética, fatores externos que incluem nutrição, ambiente e determinadas posições em que o pet pode ficar por muito tempo também podem acelerar o desencadeamento da displasia coxo femural, que causa bastante dificuldade para que o cão acometido pela doença se movimente normalmente, além de muita dor e desconforto.

Algumas medidas podem ser tomadas para que o processo da doença seja menos sofrido para os pets, e os tratamentos disponíveis para o problema nos dias atuais incluem desde a medicação para evitar que o animal sinta dor até cirurgias que vão desde a secção de um músculo da virilha (pectíneo), até a implantação de uma prótese na área afetada.

 

Tipos de displasia em cães

 

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Diagnosticada apenas por meio de radiografias, a condição da displasia pode ter cinco tipos de classificação, que variam de acordo com a evolução do quadro no pet, conforme é explicado a seguir:

 

  • Grau I – Articulações normais

A cabeça do fêmur e o acetábulo (estrutura que liga a bacia do cão ao fêmur) são congruentes, com ângulo próximo a 105°.

  • Grau II – Articulações próximas da normalidade

O acetábulo e a cabeça do fêmur são levemente incongruentes.

  • Grau III – Displasia Coxo Femural Leve

Com angulação próxima de 100°, a cabeça femural e o acetábulo são incongruentes.

  • Grau IV – Displasia Coxo Femural Moderada

A incongruência é clara entre a cabeça do fêmur e o acetábulo, e o problema já pode apresentar sinais de luxação no cão, sendo que o angulamento entre as partes é de aproximadamente 95°.

  • Grau V – Displasia Coxo Femural Grave

As alterações são evidentes na área afetada e a angulação é inferior a 90°, sendo que o cão já apresenta sinais de deformação na cabeça do fêmur e na borda do acetábulo cranial.

 

Conheça, neste artigo, um pouco mais sobre este problema grave e comum nos cães, e aprenda que precauções tomar para amenizar as consequências da doença em seu pet e evitar a reprodução de um novo filhote com o problema.

 

O que causa a Displasia Coxo Femural?

 

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O principal fator de desencadeamento da doença está na genética do animal e, embora seja possível que filhotes de cães com a complicação nasçam livres da condição, é indicado que a reprodução dos que sofrem com o problema seja evitada. Nos dias de hoje, inclusive, muitos dos que pensam em adotar ou comprar um pet já exigem comprovantes e certificados que eliminem a possibilidade de os pais de um filhote terem sofrido com a displasia coxo femural, evitando a complicação em seu novo bichinho de estimação.

Conforme já foi citado, o nascimento de filhote saudável de pais com o problema é possível. No entanto, o cão que possui esse gene em seu corpo (vindo da doença em seus pais) também pode passar adiante essa herança genética da displasia, produzindo crias com o problema mesmo sem terem sofrido com ele.

Isso vale tanto para machos quanto para fêmeas diagnosticados com a alteração, portanto, é importante lembrar que nenhum dos gêneros deve ser usado para a reprodução no caso de apresentar o problema. A cruza entre cachorros de parentesco próximo também é fator de risco para o desenvolvimento da doença.

Embora a questão genética seja determinante para o aparecimento da displasia coxo femural, outros fatores também podem desencadear o problema em cães saudáveis, incluindo a obesidade, níveis altos de esforço ou exercício em cachorros ainda filhotes e lesões devido ao ambiente em que o pet vive.

Pisos escorregadios, por exemplo, estão entre os itens a ser evitados, pois, podem causar escorregões nos cães e, consequentemente, traumas, luxações e lesões; que podem levar à displasia coxo femural mesmo nos casos em que o filhote não é resultado da cruza entre animais que apresentavam o problema.

Algumas raças determinadas de cães – principalmente, os de grande porte - também contam com uma predisposição maior a apresentarem a displasia. Dentro do grupo de raças que se apresentam mais propensas a sofrer com o problema podemos citar Pastor Alemão, Labrador, Rotweiller, São Bernardo, Fila Brasileiro e Golden Retriever, entre outras. Clique aqui e conheça mais sobre essas raças.

 

Sintomas da displasia em cachorros

 

Caracterizada pela dificuldade do cão em realizar movimentos simples e por dores intensas na região estrutural traseira do animal, a displasia coxo femural apresenta sintomas bastante característicos nos cachorros que sofrem com a doença, e não é difícil que os donos de pets possam reconhecer os sinais.

Podendo se manifestar a partir dos quatro meses de vida do cãozinho, a alteração apresenta sinais que incluem a dificuldade do animal em caminhar, estalos audíveis na articulação, andar visivelmente manco nas patas traseiras e sinais de dor ao realizar movimentos comuns.

Com o passar do tempo, os sintomas se apresentam com cada vez mais frequência e intensidade, e o cão passa a evitar diversas atividades rotineiras como subir em escadas, levantar-se, correr e pular, podendo começar a se mover sem mexer as patas traseiras (arrastando-se) e desenvolver desproporcionalmente a musculatura de sua parte dianteira em função disso.

Em alguns casos o cão chega a tornar-se agressivo devido a sua condição e, em casos mais graves, pode chegar a perder a habilidade de mexer as patas traseiras, já que, para evitar a dor o animal deixa de usar a região, causando a atrofia dos músculos da área e, dessa forma, uma espécie de paralisia.  Em outros casos, pela mudança do centro de equilíbrio devido à dor nos membros traseiros, o animal passa a forçar demais os membros dianteiros, causando uma degeneração mais acelerada destes e fazendo com que o cão comece a mancar sem ter nenhuma patologia naquela área.

No entanto, há também situações em que o animal acometido pela doença não sente dor, fato que dificulta bastante o diagnóstico do problema, já que o pet não apresenta a maioria dos sintomas mais típicos.  

 

Diagnóstico da displasia nos cães

 

O diagnóstico da displasia coxo femural pode ser feito, apenas, por meio de radiografias. Portanto, ao perceber os primeiros sinais de que seu pet pode estar com o problema, é indicado que se procure um profissional veterinário, pois, somente ele poderá esclarecer a dúvida.

Algumas vezes o animal apresenta sinais clínicos logo nos primeiros meses. Este é o nível mais grave e deve-se procurar com urgência um médico veterinário para um diagnóstico e, se possível, já se iniciar o tratamento. Tendo em vista que os sintomas da complicação podem não se manifestar até que o cão tenha cerca de 12 meses de vida, pode-se descartar a displasia com uma radiografia oficial somente depois deste período.

Outro ponto importante a ser observado é a posição do pet na hora de realizar este exame, e compete ao médico veterinário de seu cãozinho se certificar que ele está posicionado da maneira correta na hora da radiografia, caso contrário, o problema pode passar desapercebido pelo exame, já que determinados ângulos não permitem que o problema seja visto.

A posição correta em que o cão deve estar para que a radiografia seja válida para a realização do diagnóstico é de barriga para cima e com as patas esticadas para trás. Como boa parte dos animais que realizam esse tipo de exame podem já estar sofrendo com dores há tempos, não é incomum que algum tipo de sedação (e, em alguns casos, até mesmo uma anestesia geral) seja aplicado no animal nesse momento, evitando que ele sinta desconforto ao longo da realização do exame.

 

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Tratamento da displasia

 

O tipo de tratamento que será recomendado ao seu pet vai variar de acordo com os níveis de dor do cão e de evolução do problema. Em boa parte dos casos, o uso de medicações que incluem analgésicos, anti-inflamatórios e condroprotetores, já pode ajudar bastante o animal a sentir menos dor e, com isso, recuperar boa parte dos movimentos que tinha dificuldade em executar.

Entretanto, casos mais graves podem ser aliviados apenas com cirurgias, que podem ter a retirada da cabeça do fêmur do cão como objetivo, evitando o atrito na região e, automaticamente, as dores do cachorro, a pectineotomia ou pectinectomia que é a secção do músculo da virilha melhorando o ângulo da articulação ou até uma prótese total da articulação.

Tratamentos feitos com remédios homeopáticos também podem ser indicados, e ajudam a diminuir os sintomas da doença, assim como outras opções mais alternativas, que incluem acupuntura e dietas com o objetivo de retardar a evolução de complicações.

A combinação de medicação com fisioterapia também é bastante indicada e eficaz no tratamento da displasia coxo femural em cães, ajudando o animal a fortalecer seus músculos da região e não ter mais a necessidade de fazer grandes esforços nas articulações. Atividades como natação e caminhadas na areia estão entre as mais indicadas para a reabilitação dos cães que sofrem com o problema, mas só devem ser realizadas após a indicação de um médico veterinário, o esforço de maneira errada pode acelerar o processo de degeneração.

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Saúde do Cachorro
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Sobre o autor

Médico Veterinário (CRMV- SP 10.687), formado pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - Unesp com Pós Graduação em Oncologia Veterinária pelo Instituto Bioethicus e Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais pelo Instituto Qualittas. Responsável pelo setor de Oncologia Médica e Cirúrgica do Hospital Veterinário Cães e Gatos 24h. Dr. Toyota é integrante da equipe de Veterinários do portal CachorroGato e também responde por dúvidas na ferramenta Dr. Responde.

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