Cheio de acidentes e imprevistos, o mundo dos cães de estimação é um cheio de alegria e atividade; fazendo com que as chances de ocorrências como traumas e luxações seja algo permanente. Justamente por isso, muitos tutores podem ficar cheios de dúvidas quando percebem que o seu cachorro está mancando – já que, com tantas corridas, pulos e saltos no dia-a-dia, fica difícil saber de onde o problema pode ter surgido.
A tarefa de descobrir que tipo de situação fez com que o cão tivesse problemas para se movimentar se torna ainda mais complicada quando levamos em conta o fato de que estes animais são consideravelmente mais resistentes à dor quando comparados com nós, humanos; e só costumam mostrar um problema que envolva qualquer tipo de sofrimento ou dificuldade para se mexer com naturalidade quando ele já está em um estágio bem avançado – provando que, ao contrário do que muito acreditam, ver que o seu cachorro está mancando não é algo tão simples ou desimportante.
Embora haja casos em que uma fratura ou um acidente podem fazer com que o animal revele, na mesma hora, que algo mais grave e aconteceu – há muitas situações em que um problema surge e começa a se desenvolver aos poucos no corpo do pet, mostrando sintomas e conseqüências mais evidentes só depois de um período de tempo considerável; e fazendo com que a solução da complicação seja mais difícil (já que, assim como no caso da grande maioria das doenças e problemas com animais, quanto antes for possível definir um diagnóstico concreto e for iniciado um tratamento, melhores e maiores serão as chance de que o pet possa se curar e ter uma recuperação boa e tranqüila).
Pensando nisso, elaboramos este artigo para que você fique ciente de três problemas de origens diferentes que podem afetar a mobilidade do seu cão e devem ser tratados com atenção e rapidez, permitindo que o seu pet possa recuperar os seus movimentos por completo ou que, pelo menos, não sofra tanto com as conseqüências de tais problemas, já que, na maioria dos casos, quando estas complicações são ignoradas, podem trazer problemas irreparáveis para o pet.
Displasia Coxofemoral
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Apesar de ter um nome um tanto típico, a doença da displasia coxofemoral é um problema bastante comum no mundo dos cachorros de grande e médio porte, e que pode acarretar muitas complicações para a mobilidade do animal – em muitos casos, irreparáveis.Geralmente, o aparecimento desta complicação ocorre de forma congênita (ou seja, em função de uma herança genética), e só é percebido quando já está em estágio relativamente avançado, tendo em vista que a dor do animal – tida como um dos principais sintomas da doença – só passa a ser mostrada quando o estrago já foi feito.
O andar manco com os membros posteriores e dificuldade de locomoção é, portanto, um dos principais indicativos de que um cão pode estar sofrendo com a displasia coxofemoral; problema que consiste em uma espécie de disfunção no encaixe (má coaptação) entre o acetábulo – estrutura que liga a pélvis ao fêmur - e a cabeça do fêmur do animal.Em alguns casos, o animal pode mancar dos membros torácicos (membros da frente) por sobrecarga – já que, ao sentir dor nos membros posteriores, passa a jogar mais peso na frente e inicia a claudicação (mancar).
Provocando o desconforto do animal ao se movimentar e muita dor, essa condição também pode ser influenciada pela ingestão de uma alimentação pouco nutritiva e em função de determinados comportamentos do pet (como a permanência em posições “erradas” por longos períodos ou a prática de atividades de altos níveis de esforço em cães ainda filhotes) – no entanto, a principal causa para o surgimento do problema ainda é congênita e, por isso, os animais que sofrem com esse mal (tanto machos como fêmeas) são incentivados a realizar o procedimento da castração, impedindo que novos filhotes venham ao mundo com o mesmo problema.
Conforme citado anteriormente, os cães de porte grande são os mais propensos a sofrer com esta complicação em alguma fase de suas vidas, sendo que há, também, um grupo específico de raças que conta com uma tendência maior a desenvolver a doença, incluindo nomes queridos e populares como Fila Brasileiro, Golden Retriever, Labrador Retriever, Pastor Alemão, São Bernardo, e Rottweiler, entre outros.
A doença é separada em cinco níveis distintos, expostos a seguir:
- Grau I As articulações do animal ainda se apresentam normais, e o grau de angulação entre o acetábulo e a cabeça do fêmur é próximo de 105.
- Grau II O grau de angulação entre cabeça do fêmur e acetábulo passa a ficar mais incongruente, e as articulações já começam a apresentar sinais leves de anormalidade.
- Grau III Neste nível, o grau de angulação entre as estruturas já passa a ficar mais notavelmente incongruente e próximo de 100, e o animal já pode receber o diagnóstico de displasia leve.
- Grau IV A ligação entre cabeça do fêmur e acetábulo já se apresenta incompatível (com grau de angulação próximo de 95), e o animal já pode começar a apresentar sintomas, pois sinais de luxação já se manifestam, como o andar manco.
- Grau V Com angulação de grau menor que 90 entre o acetábulo e a cabeça do fêmur, os sinais de problemas já são bastante evidentes – chegando a apresentar deformações visíveis.
Destacando diferentes formas de tratamento – que incluem desde a administração de medicamentos para amenizar a dor do animal até procedimentos cirúrgicos para retirar a cabeça do fêmur do animal (evitando o atrito na região e, consequentemente, diminuindo o desconforto do pet) – a displasia coxofemoral é cuidada de acordo com o estágio de desenvolvimento em que se encontra e, quanto mais cedo for feito um diagnóstico concreto, maiores serão as chances de que o animal possa retomar suas atividades e movimentos por completo.
Ruptura de ligamento cruzado
Ao contrário das demais condições que podem levar um cachorro a mancar expostas nesse artigo, a ruptura de ligamento cruzado não é do tipo que só é percebida depois de algum tempo do ocorrido – já que esse rompimento causa uma grande dor no animal na mesma hora em que acontece, fazendo com que ele apresente muito sofrimento e, imediatamente, deixe de apoiar o membro afetado no chão.
Na grande maioria das vezes, o rompimento do ligamento cruzado dos cães ocorre em função de uma arrancada muito brusca, do fato de o cão girar com sua pata presa de alguma forma ou por causa de algum esforço muito grande que demande muita força da região – provocando a ruptura do ligamento e o deslizamento do fêmur sobre a tíbia.
Além de provocar um alto nível de dor e a falta de confiança e capacidade do animal em apoiar o membro afetado, essa condição, quando não tratada, também pode influenciar no aparecimento de outras complicações diversas para o pet, como a atrofia muscular; já que o cão deixa de usar sua musculatura do membro para não sentir dor.
Assim como os demais quadros expostos neste artigo, o diagnóstico da ruptura de ligamento cruzado tem nos exames de imagem (como os de raio-x digital ou ressonância magnética) a o principal meio de diagnóstico, porém, é através da palpação por um médico veterinário em exame clínico; permitindo que o profissional veterinário analise as condições da região com clareza e determine, assim, a melhor forma de tratamento e a mais adequada técnica cirúrgica.
Para tratar o problema, o ideal é que o animal prejudicado seja levado imediatamente para uma clínica ou hospital veterinário, já que a condição deve ser tratada como uma urgência por um ortopedista veterinário. A cirurgia é necessária nestes casos, e uma série de técnicas diferentes pode ser usada para que o problema tenha uma solução do ligamento rompido.
Conforme exposto, é fundamental que o animal seja atendido com a maior rapidez possível após o episodio que provocou a ruptura do ligamento; pois, quanto antes o procedimento cirúrgico for realizado, melhor e mais rápida poderá ser a recuperação do pet – que deve ser mantido em um local isolado, em relativo repouso e sem superfícies muito lisas durante esse período, evitando que faça esforços muito grandes e que possam prejudicar o membro recém operado.
Luxação de patela
Se desenvolvendo de forma gradual, a luxação de patela – assim como a displasia coxofemoral – também pode surgir na vida do pet em função de uma herança genética ou por causa de acidentes ou o ambiente que não estão relacionados à genética do animal como, por exemplo, andar constante no chão liso e o hábito de entrar embaixo de móveis. Muito mais comum em cachorros de pequeno porte, o problema também pode afetar animais maiores; sendo que, nesses casos, a origem da complicação é, geralmente, hereditária.
Uma série de raças caninas apresenta probabilidades maiores de sofrer com a luxação de patela ao longo da vida, e nomes como Yorkshire, Poodle, Shih Tzu, Chihuahua, Spitz Alemão, Pug, Pequines e Lhasa Apso figuram nessa lista. Responsável pelo alinhamento do joelho com os músculos, a patela (também conhecida como rótula) fica localizada no centro do joelho do animal, e quando luxada passa a se deslocar com facilidade – acabando com a firmeza e confiança de apoio do membro do animal e, conforme o seu desenvolvimento, causando muita dor e desconforto.
Assim como a displasia coxofemoral, a luxação patelar também é classificada em quatro níveis diferentes, sendo que cada um deles conta com alguns sintomas específicos, conforme mostrado a seguir:
- Grau I O deslocamento da patela só ocorre com a manipulação de um profissional, e rotina ao seu local correto de forma imediata.
- Grau II Já pode ser recomendada uma cirurgia de correção, já que a patela sai e volta para o seu lugar de origem sozinha.
- Grau III A patela sai sozinha do lugar e não retorna a menos que haja a manipulação de um veterinário ou movimentos específicos do próprio animal (que costuma esticar a perna para colocá-la no local correto).
- Grau IV No pior e mai avançado estágio da complicação, a patela se desloca e não volta ao seu lugar correto nem com ajuda – necessitando de procedimentos cirúrgicos para que o problema seja resolvido.
A claudicação intermitente (animal manca de vez em quando e volta ao normal), o posicionamento errado dos joelhos quando o animal senta (ou até enquanto anda) e o esticamento constante da pata para trás enquanto anda e são alguns dos sinais mais característicos da luxação de patela, que evolui e passa a limitar bastante os seus movimentos – fazendo com que deixe de pular, saltar e até andar de forma normal.
Também tendo a cirurgia como forma principal de tratamento, esse problema é corrigido por meio da recolocação e fixação da patela no seu lugar original, permitindo que o animal recupere os seus movimentos naturais.
Exigindo o mesmo tipo de pós-operatório da cirurgia para consertar a ruptura de ligamento cruzado, a recuperação dos animais que passam pelo procedimento cirúrgico para solucionar a luxação de patela também deve ser cuidadosa, e o animal deve ser impedido de realizar movimentos muito bruscos ou de ficar em ambientes com superfícies lisas demais – que podem atrapalhar o processo e causar novos danos ao membro recém operado do animal de estimação.
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